domingo, 29 de junho de 2008

Vejam o que o "melhor secretário de educação do planeta" está permitindo que a "melhor pedagoga" do Paraná faça no Colégio Estadual

Blog do Fábio Campana- comentário em: Uma carta de Malu Rocha sobre o Colégio Estadual, postada no dia 28/06

Indignada Sábado, 28 de Junho de 2008 – 23:01 hs
(Cópia do e-mail encaminhado à Ouvidoria da SEED)
Prezados Ouvidores

Sou professora do Colégio Estadual do Paraná e, por receio de sofrer retaliações como infelizmente aconteceu com muitos colegas professores e funcionários, não divulgarei meu nome.
Escrevo em nome de muitos professores e funcionários, os quais apelam para que a SEED intervenha no Colégio Estadual do Paraná, pois a atual direção está levando os 161 anos de história desta renomada instituição para o abismo. São muitos processos injustos, perseguições e ameaças com muitos professores (aliás, a comunidade escolar não entende o porquê, pois são excelentes profissionais) simplesmente porque discordam da atual gestão. Não bastasse isso, ela continua punindo e sacrificando pessoas que trabalham e fazem a diferença na educação. Humilhar professores e funcionários é uma prática constante da Diretora Maria Madselva e o que nos deixa mais entristecidos e indignados é saber que essa “pedagoga” jamais poderia ser diretora geral do nosso amado e querido CEP, pois ela não possui laços de afeto, carinho, respeito, amor, visão administrativa e uma história com essa instituição.

Menciono, a seguir, algumas considerações relevantes:

# A participação nos concursos realizados dentro do estabelecimento era feita por meio de inscrições dos professores e funcionários e posteriormente eram sorteadas as pessoas que neles iriam trabalhar; - Hoje: A funcionária Silvana é a pessoa responsável por escolher quem ela quer que trabalhe, favorecendo sempre um mesmo grupo restrito de pessoas.

# As coordenações de área foram uma importantíssima conquista das antigas direções e corpo docente do Colégio, junto à SEED, devido à complexidade causada pelo número de professores de cada disciplina. Os maiores objetivos da coordenação eram buscar uma unidade, construir uma prática pedagógica significativa, ser suporte para que os professores aprimorassem cada vez mais seu trabalho. Hoje: as coordenações de área foram extintas, sendo que os materiais das áreas não estão sendo utilizados, materiais de custo elevado estão espalhados pelo colégio, pois os professores perderam o direito de preparar suas aulas, atender seus alunos e pesquisar em suas salas de coordenações.

# Na hora-atividade, os professores não conseguem um lugar adequado para trabalhar, pois a maior parte das salas de coordenações foi extinta. As que sobraram são compartilhadas por professores de mais de uma área, a maior parte do tempo não comportando todos nas salas, o que não oportuniza encontros e discussões dos grupos, bem como as interações sociais.

# Os professores não possuem sala com computadores e impressora para digitar suas provas, atividades e projetos. Isso é gravíssimo, provando mais uma vez que o que funcionava na escola, hoje está sucateado.

# Em algumas áreas os professores não têm acesso às informações de cursos promovidos pela SEED ou por Universidades, etc., pois outra tarefa dos coordenadores era repassar essas informações para os professores da área e, hoje, as pedagogas que deveriam desempenhar esse papel, não estão dando conta das inúmeras tarefas a elas atribuídas, pois além de atender pais e alunos, não conseguem discutir os assuntos pertinentes à área, devido à formação acadêmica que tiveram.

# A Diretora Geral simplesmente não tem contato algum com os professores, não vai à nossa sala nos momentos dos intervalos, pois não tem afinidade com a maioria do corpo docente. Aliás, essa é a única escola em que a direção não cumprimenta nem conversa com os professores, não propiciando um ambiente de acolhida, respeito, dignidade e profissionalismo.

# Professores e funcionários estão com a auto-estima baixa, depressivos, tristes. Nunca houve um ano com tantos atestados médicos, licenças, faltas de professores. Não vemos as pessoas felizes, rindo, contando piadas, satisfeitas e estimuladas com o ambiente de trabalho, como era na época anterior à chegada da atual diretora.

# A sala dos professores virou depósito, já que os professores não possuem mais as salas de coordenação. Como não há outro espaço, guarda-se ali o que é possível guardar. A inspetora que ficava permanentemente nessa sala, auxiliando professores e alunos, além de cuidar da limpeza e atender ao telefone, não fica mais lá, perdendo-se assim mais um ambiente agradável.

# As mudanças de calendários e datas são constantes, o que ocasiona a falta de organização da maioria dos setores.

# Montar e desmontar a equipe é uma prática constante, são tantos rostos novos naquela escola, que não sabemos quem é quem, quais funções exercem, etc.

# As datas comemorativas simplesmente passam em branco, reforçando a incompetência da diretora, como os 161 anos do CEP, Dia da Mulher, Dia das Mães, Dia Mundial do Meio Ambiente, etc.

# O Setor de Recursos Humanos não possui relações humanas, pois a chefia nunca repassa as informações pertinentes aos professores e funcionários, nunca sabe responder os questionamentos e jamais se dirige pessoalmente para um cafezinho ou bate-papo na hora do intervalo.

# Não sabemos quem é a atual Chefe da Divisão Educacional do Colégio, pois a Pedagoga Sandra Bizusko deixou o cargo.

# Os portões ficam fechados até 10 minutos antes de iniciar a primeira aula. Enquanto isso, os alunos aguardam na rua, debaixo de chuva, de sol, e próximos de um fluxo intenso de automóveis e pedestres naquele local.

# As salas de aula constantemente estão sujas, cortinas totalmente rasgadas (aliás esta nunca foi a aparência das salas de aula) e Tvs laranjas que não funcionam ou não foram instaladas.

# O Dia do Desafio foi uma vergonha. Estagiárias do primeiro ano da faculdade e som de péssima qualidade foi montado. O que deveria ser uma prática saudável e organizada de fazer exercícios foi mais uma prova de desorganização da escola, pois colocaram estagiárias inexperientes para conduzir um grupo significativo de jovens, sem a presença dos professores de Educação Física.

# Sobre os alunos: Falta de controle de entrada e saída (um número significativo chega na segunda aula) sem justificativa alguma, muitos gazeiam aulas, estão constantemente sem uniformes. Isso retrata a indisciplina, a falta de cobrança e de limites, por dois motivos: desorganização no cumprimento de regras e muitos professores inexperientes, sendo que muitos não são formados e nem atuam na área de formação. Quanto aos professores, lembramos que muitos que estavam há muitos anos conosco, não puderam neste ano trabalhar na escola, porque não apoiaram as decisões da Diretora.

# Ausência da Diretora Maria Madselva nos corredores. Normalmente a presença da Diretora impõe respeito e admiração, mas sinceramente sabemos que os alunos não a vêem como uma líder respeitada, admirada e qualificada para a função que exerce.
# No encontro do MST no auditório do Colégio recentemente, eles tiveram trânsito livre no pátio, sendo que durante as aulas de Educação Física e intervalo, as alunas se sentiram constrangidas com os olhares e a circulação de algumas dessas pessoas estranhas nas dependências do estabelecimento.

As situações aqui citadas caracterizam a nossa realidade, que demonstram a fragilidade do nosso ambiente de trabalho, que em tão pouco tempo de gestão comprometeu anos de dedicação de tantas pessoas que fizeram e fazem parte da história desse Colégio. Vocês podem ter certeza de que o Colégio possui excelentes profissionais, que continuam trabalhando por uma Escola Pública de qualidade, onde o nosso principal objetivo é prepararmos nossos alunos, para que sejam pessoas que saibam enfrentar os desafios, seja no mundo do trabalho, no conhecimento ou no exercício da cidadania, e que possam atuar decisivamente na construção de um mundo melhor, porém, se nada for feito, a “pedagoga” que dirige a escola será responsável por um prejuízo sem precedentes na história daquela amada instituição de ensino.

Abraços,

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