domingo, 22 de junho de 2008

LARANJA INDIGESTA III

Goela abaixo
Fábio Campana [20/06/2008]Paraná Online



Requião acredita que somou os votos necessários para aprovar o nome do irmão caçula, Maurício, na Assembléia Legislativa. Quer dar ao mancebo a imunidade de conselheiro do Tribunal de Contas. A República do Cangüiri vislumbra longo e rigoroso inverno pela frente. Não há chance de que Requião volte ao poder depois deste mandato. Estará perto dos oitenta quando encerrar um possível mandato de senador depois desta. É natural e até compreensível que a horda comandada por Requião se preocupe com o futuro. Ele mesmo tem dito aos deputados a quem pede o voto para Maurício: o que será dele depois do fim do governo? A preocupação não é com a situação financeira do secretário da Educação que, entre outras, instalou televisores laranja nas salas de aula depois de interessante pregão eletrônico vencido pela empresa Cequipel, fornecedora de móveis que por coincidência foi a grande doadora da campanha de Requião. Imaginem o resto. É com a situação pessoal de Maurício Requião que a família se preocupa. Imaginem ele dentro de dois anos, perante um governo adverso que decida bisbilhotar as suas contas e encontrar irregularidades. Ora, pois, o Tribunal de Contas é o lugar certo para quem teme o julgamento das suas contas. É por isso que Requião e sua excelentíssima família insistem na necessidade de nomear o moço para o tribunal de Contas. Vale tudo. Requião tem se empenhado pessoalmente, conversa com adversários e até os leva para almoçar no Palácio, como fez com o tucano Ademar Traiano, que saiu sorridente na foto em que é agasalhado por Requião. Assim é a política nestas latitudes. Ninguém duvida que Maurício vai para o Tribunal de Contas, consumando mais um episódio da trajetória da família Requião no poder no Paraná, sem dúvida a maior expressão de nepotismo que já se viu nesta área do planeta.

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