sábado, 28 de junho de 2008

Equívoco?

Blog do Fábio Campana (www.fabiocampana.com.br)

Uma carta de Malu Rocha sobre o Colégio Estadual
Sábado, 28 de Junho de 2008 – 10:29 hs
A professora Malu Rocha escreveu esta carta para os comentários. É tão significativa que merece ser publicada também aqui, como matéria acolhida pelo blog. Leiam, reflitam, o que acontece no Colégio Estadual é a expressão do caráter fascistóide do próprio governo que nomeou e mantém a diretora e seus métodos no poder.

A quem se identifica como não é bem assim:Acredito estar havendo um equívoco grave na sua interpretação dos fatos. Tenho o MAIOR RESPEITO por estes “companheiros idosos que tanto contribuíram na luta de resistência pela e para a democratização do país, como pela reorganização do movimento social, incluindo neste rol a própria APP-Sindicato, pois muitos são professores aposentados que participaram das greves de 79, 80 e 81, sendo espancados, presos e fichados na defesa da categoria”. E foi exatamente por este respeito e pela confiança que tenho na luta deles é que resolvi participar. Em meu texto, em momento algum, citei que os estudantes não foram bem recebidos no dia 27/06/08, até porque já não estava mais lá. O que abordei foi o fato de algumas pessoas responsáveis por tantas atitudes autoritárias e repressoras no Colégio Estadual do Paraná, neste momento histórico, terem tanto espaço num evento de TAMANHA SERIEDADE E IMPORTÂNCIA.

Quando decidi participar, além de me solidarizar com a luta de vocês, fui conhecer um pouco mais da história que ali seria relatada, buscar um pouco de conforto. Não fui lá para falar, fui também pedir ajuda, discretamente, sem precisar fazer uso da palavra. Só decidi pedir um espaço (03 minutos), depois da fala da professora Madselva. Jamais faria uso da palavra, agressivamente, pois não estava ali para promover nenhum tumulto. Infelizmente, há muitas pessoas no Colégio Estadual do Paraná sofrendo com a situação que ali se instalou. Jamais imaginei que falar sobre o que lá se passa, de fato, para as pessoas que ali estavam, que já sofreram na pele e na alma os danos da repressão e da perseguição política, iria parecer oportunismo. Acreditava que um dos objetivos do evento era refletir sobre os erros do passado, como uma maneira de garantir que eles não se repitam.

Talvez o equívoco seja meu, de tentar pedir atenção para um grupo bem significativo de professores, funcionários e alunos vítimas de uma repressão desvelada e perversa, mas talvez não tão perversa assim para os que desconhecem (e /ou fazem questão de ignorar) o que está ocorrendo no
Colégio Estadual do Paraná. Se, de fato, o equívoco for meu, só me resta pedir desculpas à maioria das pessoas que ali estavam e pelas quais tenho uma profunda admiração e respeito.

Maria Luíza Moreira da Rocha Diniz Lacerda



Não é bem assim!Sexta-feira, 27 de Junho de 2008 – 10:01 hs
Embora os ex-presos e perseguidos políticos sejam sensíveis aos reclamos das comunidades, inclusive da do Colégio Estadual do Paraná não podemos deixar que uma atividade voltada para a discussão de uma questão específica, que é o caso da Tortura e dos julgamentos dos processos relativo a Anistia fosse desviada do assunto principal.

A professora tentou transformar o Encontro específico de ex-presos e perseguidos políticos em uma tribuna do movimento que ela representa ao qual a nós não compete julgar os méritos, já que não participamos do dia a dia daquela comunidade educacional.

Os estudantes e seus representantes colocaram uma faixa pedindo que venha a ocorrer eleições diretas para a diretoria do Colégio, o que não é um assunto de nossa alçada, já que não fazemos parte nas relações dentro da Instituição, mas mesmo assim garantimos o direito deles se manifestarem e a faixa lá continuou presente.

No período da tarde de ontem eles promoveram uma manifestação no local, o que consideramos também um direito legítimo, e nela tentaram adentrar no local do Evento, o que não foi permitido pelos funcionários da Escola.Com o clima gerado, o que não tem nada a haver diretamente a atividade lá realizada pelo Tortura Nunca Mais, cujo local foi apenas cedido democraticamente pela direção da Escola, a qual democraticamente agradecemos, intervimos e os estudantes foram bem recebidos no local do Encontro, inclusive os seus dirigentes indo fazer parte da mesa e tendo o direito de usarem da palavra.

No local não tumultuaram, assim respeitando o ambiente e contribuindo nas discussões relativas à questão dos direito humanos, cujo palestrante na hora era o respeitado Nilmário Miranda.

Para nós a participação dos jovens na política é um fato importante e nas discussões que promovemos sobre a cidadania e os direitos humanos é uma honra receber os mesmos.

Agora quanto à professora Maria Luiza Moreira da Rocha Diniz Lacerda e sem querer entrar no mérito das suas argumentações, já que da realidade do que no Colégio ocorre não temos nenhum conhecimento mais aprofundado para fazer juízo, acredito que ela deveria usar dos momentos apropriados dentro do processo interno da Instituição e de sua categoria e não tentar pegar carona no ato que lá estava acontecendo, o que demonstrou um grande oportunismo.
O que os professores fariam caso uma centena de ex-presos e torturados pela ditadura invadissem uma assembléia de sua categoria para tentar desviar o foco das discussões que lá ocorriam?
Será que teriam o mesmo comportamento democrático que tivemos com os alunos ao garantir até o direito a palavra e convidar para participar da mesa?

Esperamos que aquela comunidade escolar resolva os seus problemas internos, já que nós que não fazemos diretamente parte da mesma pouco podemos fazer em busca destas soluções.

Marta Bellini Sexta-feira, 27 de Junho de 2008 – 10:44 hs
Não é bem assim. A questão é única: liberdade sempre. E se os torturados invadissem uma assembléia denunciando a sangria e a morte deveriam ser bem vindos!

Antonio W Sexta-feira, 27 de Junho de 2008 – 14:45 hs
Qualquer evento contra a ditadura deveria receber quaisquer manifestantes contra ditadura e se solidarizar a eles. Que sentido tem comemorar TORTURA NUNCA MAIS e MORTE DA CENSURA se ali, no próprio recinto em que ocorre a manifestação, há professores perseguidos e censurados? É palhaçada! Na verdade estamos vivendo a pior das ditaduras: a ditadura do nepotismo, da impunidade, das ações nebulosas e dissimuladas que levam o Estado do Paraná ao caos administrativo e ético.

João Sexta-feira, 27 de Junho de 2008 – 15:05 hs
Lamentavelmente o que ocorre no Estado do Paraná é uma decadência do processo democrático, por meio de imposição de desejos pessoais dos governantes de forma facista e ditatorial. Esperemos 2010 para que os detentores desse autoritarismo sejam definitivamente escorraçados.

Ao Antonio W
Sexta-feira, 27 de Junho de 2008 – 21:34 hs
Os únicos manifestantes que lá estiveram não eram professores, mas sim estudantes e nós garantimos a permanência dos mesmos no local dos debates, do qual eles participaram e contribuíram como também garantimos a permanência da faixa e convidamos as lideranças estudantis a participarem da mesa.

Quanto á palhaçada a única que existe é a de neste seu discurso maniqueísta em querer transferir responsabilidades sobre problemas internos de uma Escola a quem não é de direito.

Acredito que você, como um representante do movimento social que é o que o Sr. aparenta ser, deveria ter mais respeito por estes companheiros idosos que tanto contribuíram na luta de resistência pela e para a democratização do país, como pela reorganização do movimento social, incluindo neste rol a própria APP-Sindicato, pois muitos são professores aposentados que participaram das greves de 79, 80 e 81, sendo espancados, presos e fichados na defesa da categoria.

Conversamos hoje com o presidente do Grêmio sobre o que a Sra. Maria Luiza Moreira da Rocha Diniz Lacerda (Malu) havia postado neste blog e ele até se colocou a disposição de caso fosse necessário elaborar um documento desmentindo o que foi postado, já que disse que foram democraticamente bem recebidos pelo Forum de discussão.Quanto ao fato que aborda sobre a suposta ou real perseguição a professores, assunto que não somos os mais capacitados a tomar posição, já que a maioria dos presentes além de não serem de Curitiba, mas sim do interior do Paraná e até de outros Estados, são muito idosos, tendo uma grande parte mais de 80 anos, você não acha que é um assunto para ser tratado na e pela APP –Sindicato, com os estudantes e junto aos pais de alunos?

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