quarta-feira, 11 de junho de 2008

Por que te calas, Maurício?

Paraná-Online
Conselhos a Maurício

ET CETERA [23/05/2008]



Ao melhor estilo do irmão maior, o secretário estadual de Educação, Maurício Requião, usou da reunião da “escolinha” de governo dessa semana para reclamar da imprensa. Diante de um auditório lotado de aliados e utilizando-se da programação sem audiência da TV Paraná Educativa, ele contestou informações sobre os supostos problemas no funcionamento dos 22 mil televisores alaranjados comprados pelo governo. Irritado, o mano caçula mostrou alguns aparelhos para a platéia amiga, fustigou jornalistas, atacou os adversários, mas, na prática, não explicou nada. Maurício somente arou no mar, pois a suspeita acerca de possíveis irregularidades e falcatruas no processo de compra dos televisores continua viva. Portanto, ou o secretário aceita esclarecer os fatos de uma vez por todas, ou restará provado que algo há.

Chame a imprensa

Se quiser realmente explicar à opinião pública a licitude do pregão das TVs laranja, Maurício deve convocar uma entrevista coletiva com todos os órgãos de imprensa do Paraná e do centro do país. Já é passada da hora de falar. Aliás, por que tamanha resistência em “enfrentar” os repórteres?

Muito estranho

Vale frisar que o silêncio do secretário é inadmissível, uma vez que de existem, no mínimo, indícios de irregularidades, já que o Ministério Público abriu (e ainda prossegue) com um procedimento de investigação. Segundo uma fonte da coluna, há material suficiente para embasar uma denúncia contra o titular da Educação.

Faca e queijo

Nesse sentido, surpreende que Maurício esteja tão “acomodado” e não lute para afastar de si a suspeita de fraude. Para quem sonha em ocupar uma vaga de conselheiro da Corte de Contas do Estado, tal conduta está em total desacordo com o que a lei impõe do ponto de vista ético.

Em aberto

Até hoje, Maurício não foi capaz de explicar à imprensa como se deu a licitação dos televisores. Por exemplo: por que a compra foi feita junto a uma empresa de móveis e não aos fabricantes de TV? É mera coincidência que a vencedora do leilão tenha sido a empresa Cequipel, curiosamente a maior doadora da última campanha de Requião?

Mais

O preço, segundo a oposição, foi superfaturado. Há como contestar os números? É fato que muitos dos 22 mil televisores sequer estão funcionando por falta de programa específico? É verdadeiro que, mesmo tanto tempo depois, alguns aparelhos ainda nem chegaram às escolas?

Fala, Maurício!

Se o secretário tem como provar que todas as suspeitas são infundadas, por que não o faz? A imprensa, por óbvio, divulgaria na íntegra a defesa do irmão menor. Mais: se Maurício for convincente, não teria porque os críticos não darem a mão à palmatória. Todavia, o secretário foge dos jornalistas como o vampiro teme a cruz.

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