quinta-feira, 3 de abril de 2008

Saiu na Gazeta do Povo (on line)

Joka Madruga(foto)


Estudante é atendido após ser supostamente agredido pela Guarda Municipal
Impasse continua
Movimento estudantil ameaça novos protestos por passe livre em Curitiba

03/04/2008 | 20:43 | Karlos Kohlbach
O confronto entre estudantes e guardas municipais de Curitiba, que aconteceu no tubo da Estação Central e teve como saldo três alunos presos e um ferido, não vai impedir novos protestos pela ampliação do passe livre na cidade. O presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES-PR), Rafael Clabonde, garantiu que as manifestações só se encerram quando o benefício for concedido aos estudantes. "Só Curitiba e Belo Horizonte que não têm uma política pública que contemple os alunos no sistema de transporte", resumiu.

Ainda não está definido os dias das novas manifestações, mas já na próxima terça-feira (8) o movimento espera reunir novamente os estudantes - desta vez para acompanhar a reunião da Comissão de Segurança da Câmara Municipal marcada para tentar esclarecer o incidente. Serão convidados o secretário municipal da Defesa Social, Itamar dos Santos, representantes da Guarda Municipal e da comissão de estudantes.

Por telefone, o secretário informou não ter ciência desta reunião da comissão, mas adiantou que se convidado faz questão de participar. Sobre o tumulto, Santos reafirmou que o vandalismo partiu dos estudantes e que os guardas agiram apenas para evitar danos ao patrimônio público. "Inclusive comerciantes e alguns fiscais da Receita Federal, que presenciaram o incidente, confirmaram isso. Que os guardas agiram somente para conter a ação dos estudantes", contou.

Além disso, o secretário comentou que um documento do Hospital Evangélico diz que o aluno André Luiz de Almeida, de 17 anos, que teve de ser hospitalizado, mostra que ele teve uma queda. "Não sei se esse relato é do próprio aluno ou dos socorristas do Siate, mas confirma a versão dos guardas que no tumulto ele acabou caindo e foi pisoteado", explicou. Ainda na quarta-feira (2), dia da manifestação, a Guarda Municipal abriu um procedimento interno para investigar a ação dos oito guardas envolvidos no caso. Nenhum deles foi afastado do trabalho. "Não há necessidade para isso", disse Santos. A investigação deve ser concluída em até 15 dias e em seguida será encaminhado para a Procuradoria Geral do Município de Curitiba.

"Colégio Estadual do Paraná incitou participação dos alunos no protesto"

Além dos depoimentos dos guardas, o secretário informou que pretende anexar ao processo a carta enviada pela diretora do Colégio Estadual do Paraná (CEP), Maria Madselva Ferreira Feiges, aos pais dos alunos. "Foi uma incitação aos estudantes para participar de um protesto", reagiu. Na terça-feira (2) a direção do colégio divulgou um informe sobre a realização do ato Jornadas de Lutas dos Estudantes Secundaristas, organizado pela UPES. Os estudantes foram informados de que as faltas seriam registradas, mas que poderiam ser justificadas, o que dá o direito aos alunos de entregarem trabalhos e realizar provas marcadas para o dia do ato.

Procurada pela reportagem, a diretora se defendeu. "Foi uma iniciativa da direção do colégio fundamentada no princípio do direito que o aluno tem da livre organização estudantil e que ele (o estudante) não pode ter prejuízo em sua aprendizagem", comentou. "Foi a mesma posição adotada quando os professores, no dia 14 de março, resolveram protestar em favor do piso salarial. Ontem (quarta-feira), todos os alunos que não estiveram em sala levaram falta", completou. No ano passado, porém, os alunos organizaram uma série de protestos exigindo a demissão de Madselva do cargo. Na oportunidade, os estudantes foram ameaçados de terem as faltas computadas caso as manifestações continuassem.

"É um caso diferente. Aquilo (os protestos contra ela) era desorganizado e agressivo. Agora, por exemplo, se o grêmio estudantil do CEP quiser pode passar nas salas de aula convocando os alunos para acompanhar o projeto de lei (sobre o fim da eleição direta no CEP) na Assembléia. O tratamento da direção será o mesmo", disse a diretora. Sobre eleição direta no colégio, Madselva foi taxativa. "Se o aluno quer eleger diretor que vá estudar em outro colégio. Aqui o regime é diferente".

A diretora se mostrou favorável à reivindicação da UPE sobre o Passe Livre para os estudantes. E disse não acreditar que a manifestação possa ter cunho político. A questão foi levantada pelo secretário Itamar Santos quando soube do posicionamento do CEP ao avisar aos alunos que justificaria as faltas daqueles que participassem da manifestação. O presidente da UPES, Rafael Clabonde, disse que o protesto não tem nenhum viés político.

Rafael Clabonde foi eleito presidente da UPES em 2007. No mesmo ano entrou no Comitê Estadual do PCdoB e em novembro do ano passado foi nomeado pelo governador Roberto Requião (PMDB) integrante do Conselho Estadual de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - conforme o decreto de número 1925.

Recentemente Clabonde esteve na "Escola de Governo", reunião de Requião com o secretariado, onde - como presidente da UPES - manifestou solidariedade ao governador referente à briga travada pelo governo do estado contra os pedágios e contra a decisão judicial que proíbe Requião de fazer promoção pessoal e criticar desafetos políticos e a imprensa na Rádio e Televisão Educativa do Paraná (RTVE).

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse blog está muuuiiito bom!!!!!!! Gostaria de anunciá-lo aos quatro ventos, publica-lo distribuí-lo.

Parabéns!

Um abraço a todos!
Lu!