segunda-feira, 14 de abril de 2008

Publicado no blog do Fábio Campana

Sábado, 12 de abril de 2008 - 12h37min


Pequenos assassinatos
Ninguém consegue entender porque a Secretaria de Segurança Pública escondeu por tanto tempo os dados sobre a criminalidade no Paraná. Nada do que o secretário Luiz Fernando Delazari revelou surpreendeu a população, que sabe que a situação é péssima. Em 2007 foram 2.626 homicídios dolosos. Desses, 589 em Curitiba e 567 na região metropolitana.

O que deixou muita gente pasma foi certa interpretação dos números pelo secretário. Disse ele que pessoas de bem são vítimas de latrocínio, mas estas são poucas, apenas 19 das 580 no ano passado em Curitiba. Pessoas de bem? O site da Secretaria informa que dos outros 561 assassinatos, 80% dos casos tinha relação com crime organizado.

O pior vem a seguir. Os 20% restantes são de alcoólatras, desempregados, indigentes ou prostitutas que, na compreensão oficial da Segurança Pública do governo Requião não são pessoas de bem.

Resumo da ópera: na compreensão do governo Requião, dos 580 homicídios cometidos em 2007 em Curitiba, 561 foram de pessoas que segundo a Secretaria de Segurança Pública não são de bem. Ou seja, poderiam ser classificados como pequenos assassinatos, de gente que a classificação do governo considera sem importância.

Cabe a pergunta: são cidadãos de segunda classe? Se não são de bem, são homicídios esperados e a responsabilidade da Segurança Pública está justificada? A compreensão do governo de esquerda sobre pessoas de bem e pessoas que não são de bem é iluminada por nova leitura de Marx ou da Carta de Puebla?
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Colégio Estadual Sábado, 12 de Abril de 2008 – 22:19 hs
A fala do Sr. Delazari expõe com uma clareza assustadora como este governo trata as questões relacionadas ao povo, às pessoas que pertencem às classes menos privilegiadas (economicamente falando). O Secretário de Educação não faz diferente: que problema há em desmontar o ensino público como vem sendo ostensivamente feito no Colégio Estadual do Paraná? Afinal de contas, os filhos das classes mais privilegiadas não precisam da escola pública. Se a escola pública existe para as pessoas sem importância, que importância há em transformá-la em palanque eleitoreiro?

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