quinta-feira, 24 de abril de 2008

Por que será que a maioria (muitíssimo significativa) dos professores do CEP está tão decepcionada com a APP?

Jornal O Estado do Paraná

“Aula” no Centro Cívico

Joyce Carvalho e Elizangela Wroniski [24/04/2008]



Ato ocorreu ontem de manhã.


Carteiras e um quadro de giz. Equipamentos normais em uma sala de aula. No entanto, ontem, as carteiras e o quadro de giz faziam parte do cenário da Praça Nossa Senhora da Salete, em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba.

Professores da rede estadual promoveram uma aula na calçada, que chamaram de “Escola na Rua”, com o objetivo de chamar a atenção do governo e da sociedade para os problemas e reivindicações da categoria.

Os docentes ocuparam as carteiras enquanto colegas faziam um relato sobre as condições de trabalho, saúde, qualidade da educação, salários e a violência nas escolas.

Além da “Escola na Rua”, os professores deram aula apenas por 30 minutos, e não por 50 minutos, como é estabelecido. A mobilização aconteceu em todo o Paraná.

A secretária de organização da APP-Sindicato (entidade que representa os professores), Marlei Fernandes, explica que a categoria reivindica a equiparação com o restante dos servidores do Executivo estadual. Um professor com licenciatura plena em início de carreira recebe R$ 1.557,18 (incluindo o auxílio-transporte) por 40 horas semanais.

Servidores de outras áreas recebem, pela mesma jornada de trabalho, um salário de R$ 2.157,73. A diferença é de 38,57%. Os professores querem a equiparação, mais a reposição de 5% da inflação repassada a todos os servidores. “Também queremos uma definição sobre o plano de carreira e ações imediatas com a violência nas escolas”, comenta Marlei.

Os professores foram recebidos no fim da manhã por representantes do governo, mas a proposta apresentada à categoria trazia apenas o reajuste de 5%. Ficou marcado para a quarta-feira da próxima semana um novo encontro para discutir a situação.

Durante a tarde, os docentes foram até a Assembléia Legislativa para pedir que os deputados coloquem em votação projetos relacionados à educação. Entre eles, um que beneficia diretores e pedagogos. Hoje, eles precisam contribuir cinco anos a mais do que os professores que atuam em sala de aula para se aposentarem. Marlei diz que já existe lei federal equiparando a contribuição.

Ontem, também foi um dia de mobilização nacional dos professores dentro da 9.ª Semana em Defesa da Escola Pública. Trinta e seis paranaenses, em conjunto com professores de todo o Brasil, foram até a Câmara dos Deputados para mostrar a importância do projeto de lei que estabelece o Piso Salarial Profissional Nacional.

“O piso é considerado uma valorização de todos os professores do País. A proposta enviada pelo governo federal foi de R$ 950 por 40 horas semanais e 30% de horas atividade. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação reivindica um piso de R$ 1.050 para 30 horas semanais e 30% de horas atividade”, afirma Marlei.


Gazeta do Povo
Paraná
Professores estaduais diminuem tempo de aula para pedir aumento salarial
Nas 2,1 mil escolas do estado os alunos tiveram as aulas reduzidas de 50 para 30 minutos de duração

23/04/2008 | 11:40 | Adriano Kotsan e Célio Yano atualizado em 23/04/2008 às 17:10

Alunos da educação base, ensino fundamental e ensino médio, das escolas estaduais do Paraná tiveram menos aulas na manhã desta quarta-feira (23). O dia foi escolhido nacionalmente como de mobilização para fortalecer a campanha salarial. Nas 2,1 mil escolas do estado os alunos tiveram as aulas reduzidas de 50 para 30 minutos de duração.

“Foi uma forma de mobilizar todos os professores, que muitas vezes não podem comparecer às assembléias em razão da distância em que se encontram”, explica o professor José Rodrigues Lemos, presidente da Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato). “Além disso, todos os alunos foram informados sobre as manifestações para que, chegando mais cedo em casa, pudessem falar também com os pais sobre os problemas no sistema educacional”.

Como parte dos protestos, em todo o país foi realizada a manifestação ‘Escola na Rua’. “É feita uma aula pública, onde são expostos para a comunidade os temas das reivindicações dos professores”, disse Lemos. Em Curitiba, a aula pública começou por volta das 11h no Centro Cívico, entre o Palácio das Araucárias e a Assembléia Legislativa, e perdurou até o meio-dia. Reunidos no gramado, sentados em carteiras escolares para imitar uma sala de aula, os professores defenderam a equiparação salarial com os demais servidores públicos paranaenses, o plano de carreira para funcionários de escola e o piso profissional nacional, temas da pauta estadual de reivindicações.

A partir das 11h30, a APP-Sindicato se reuniu com integrantes da Secretaria de Educação (Seed), da Fazenda, da Administração e da Casa Civil para discutir as reivindicações. O presidente da APP conta que houve uma sinalização positiva quanto ao aumento salarial reivindicado pela categoria por parte do secretário de educação, Maurício Requião. “Segundo ele, nosso pedido é justo, mas não há verba para o reajuste”, diz Lemos.

Durante a reunião, o governo teria reafirmado o compromisso de aumentar os vencimentos em 5%. Os professores, que pedem uma revisão de 38,57% nos salários, não aceitaram a proposta, e uma nova reunião ficou agendada para a próxima quarta-feira (30). Segundo Lemos, um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) haveria sim margem fiscal financeira dentro do orçamento destinado à educação para o aumento.

Além do reajuste no salário, os trabalhadores da educação no Paraná pedem equiparação salarial com os demais servidores do estado, implantação do plano de carreira para funcionários das escolas, aposentadoria especial para diretores e pedagogos e jornada de 40 horas semanais.

O projeto para implantação do plano de carreira, de acordo com o governo, já estaria em conclusão e deve ir para a Assembléia Legislativa em breve, para votação. A mudança na jornada de trabalho ficaria ainda para o primeiro semestre.

Logo após a reunião, membros da APP foram para a Assembléia Legislativa, com a intenção de pressionar os deputados para colocar em pauta projetos que beneficiam a categoria. “Há uma emenda constitucional que assegura 180 dias de licença maternidade, que já passou em primeira votação, e que precisa ser votada novamente para entrar em vigor”, conta o presidente da APP. Como 80% dos sindicalizados são mulheres, a emenda beneficiaria diretamente a classe.

Outro projeto que tramita na Assembléia Legislativa prevê que o exercício do cargo de diretor seja considerado na contribuição previdenciária. Atualmente, quando um professor é eleito para a direção de uma escola estadual, os três anos em que exerce a função não são contabilizados para a aposentadoria.

Um comentário:

Anônimo disse...

Por que será que quase todos os professores do cep estão desiludidos com a APP?
Não estamos dizendo que esta gestão não tenha feito nada pelos professores, ora, claro que fez, e nós contribuímos por isso, mas desde a instalação da ditadura, com a vinda da tão querida Mad, que o sindicato se calou e NÃO CUMPRIU O SEU PAPEL.
Foi fornecido advogado? Sim.
Mas se o sindicato tivesse tomado o movimento pra si, talvez não houvesse como estes processos descabidos permanecerem.
Vocês não sabiam o que estava acontecendo? Era só perguntar, afinal existem maneiras de se informar.
Que decepção!
Vocês, todos vocês, são uma lástima à categoria!
Eu me enveregonho de ter um sindicato com tantos funcionários e ser capacho de governo!!!!!
Pelegos!!! É isso que vocês são!!!!!!!