quinta-feira, 10 de julho de 2008

"Vitória" II

Fábio Campana fabiocampana@oestadodoparana.com.br

Incitatus venceu

Fábio Campana [10/07/2008]



Bumbos e trombones, foguetório, repasto para oitocentos talheres, o Canguiri iluminou-se para festejar a grande conquista que passou por cima de tudo, das leis, dos regimentos, das instituições, mostrando mais força que inteligência. Vitoriosa a “Operação Incitatus”. Requião fez valer o peso da máquina para fazer o irmão caçula, Maurício, conselheiro do Tribunal de Contas. Para descomplicar: Incitatus era o cavalo do imperador romano Calígula que ele insistiu em que fosse eleito membro do Senado. Calígula tinha a absoluta maioria dos votos no Senado romano e elegeu Incitatus. Houve esperanças de que o Judiciário pudesse dar novo rumo e padrão ao processo. O desembargador Jorge de Oliveira Vargas concedeu liminar a uma ação popular e determinou que a eleição fosse suspensa, tais as irregularidades apontadas pela oposição. Ontem, outro desembargador, Paulo Hapner, aceitou mandado de segurança e cassou a liminar de Oliveira Vargas, o que pareceu a todos muito estranho. O próprio Hapner sempre defendeu que não cabe mandado de segurança contra decisão judicial. Ora, pois, aconteceu o que todos sabiam que aconteceria desde que o governador decidiu que elegeria na Assembléia o seu irmão mais novo conselheiro do Tribunal de Contas. Tudo o mais foi jogo de cena, com discursos de praxe e coisas tais que demonstram que Requião tem poder absoluto sobre a Assembléia e exerce esse poder da maneira mais autoritária. Paga um preço alto. O desgaste é enorme. Mas como estamos em final de ciclo, final de feira, o governo Requião e sua troupe não estão interessados na opinião pública e não tiveram pejo ao fazer esse esforço para impor a escolha do irmão do governador, por mais desgastante que isso seja. O Paraná é isso.

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