quarta-feira, 30 de julho de 2008

Passado e presente

Jornal O Estado do Paraná
Colunista ET CETERA

Atualizado em 29/07/2008 às 11:51:49

O desastre Requião

Roberto Requião atingiu o ápice em sua carreira política: é governador pela terceira vez, foi prefeito de Curitiba, senador, deputado. Todavia, para o bem da verdade, é necessário que se recorde como (e com que ajuda) alcançou suas eleições. Tudo começou em 1984, quando só venceu a disputa para a prefeitura da capital porque o então governador, José Richa, assumiu a campanha e usou do próprio prestígio para eleger o aliado. Deu certo. Terminado o mandato, dois anos depois, a história se repetiu. A alavanca que alçou Requião ao Palácio Iguaçu atendia pelo nome de Alvaro Dias.



O então chefe do Executivo nomeou Roberto para a secretaria do Interior e, ato contínuo, abriu mão de concorrer ao Senado para sustentar a candidatura do aliado até o fim. Funcionou. Em 2002, novamente, Requião foi agraciado com um auxílio decisivo: quando tinha apenas 14% das intenções de voto, um grupo de amigos financiou sua campanha com prestígio, dinheiro, jatinho e material gráfico. Assim, conseguiu virar a parada.



Em 2006, ocorreu a mesma coisa, mas, dessa vez, o uso da máquina pública apareceu como o grande responsável pela reeleição. A verdade dói, pois o passado não mente. Em toda a sua história, Requião somente foi vitorioso porque sempre contou com a ajuda de terceiros. Agora, que está do outro lado do balcão e poderia contribuir com os aliados políticos nesta eleição de 2008, ele só atrapalha. E muito. Um desastre.



Fraquinho

Na prática, Requião não consegue transferir votos, como fizeram seus antecessores. Ao contrário. A quem ele aponta o dedo, em vez de crescer, apodrece. Em Curitiba, onde o fiasco é estrondoso, o PMDB possui apenas 1% das intenções de voto. Tal cenário se espraia a muitos municípios do Estado e, incrivelmente, atinge inclusive os chamados “grotões”.

Sintoma

A rejeição a Requião é tão pesada que em diversas cidades com até 30 mil habitantes a situação tornou-se complexa para o PMDB. O governador vai muito mal, sobretudo depois da nomeação do irmão Maurício ao Tribunal de Contas. A derrota nos pequenos municípios, antes inimaginável, hoje parece previsível. O humor estragado de sua excelência tem razão de ser.

Londrina

Na capital do norte do Estado, o deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB) tem atuado no sentido de “desgrudar” a sua imagem da do governador. Oficialmente, contudo, a versão é de que tudo corre às mil maravilhas.

Outro exemplo

Em Ponta Grossa, sem candidato de peso, o PMDB se viu obrigado a apoiar Jocelito Canto (PTB). Complicado. O eleitor sabe que o deputado-candidato, não raro, trava contra o governo uma guerra no plenário da Assembléia. E sem dó. O sapo a ser engolido pela turma requianista é indigesto.

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