quarta-feira, 30 de julho de 2008

Conhecendo um pouco mais os bastidores do governo

Jornal O Estado do Paraná
01/06/07

Reação


Caron pede demissão do governo Requião
Decisão vem depois de carta do filho Guilherme Caron, que chama governador de 'desvairado' e a equipe de 'corja'

Redação Bem Paraná
Surpreendido por uma carta de seu filho publicada no jornal O Estado do Paraná desta sexta-feira, na coluna de Paulo Pimentel, o secretário especial Luiz Caron encaminhou carta ao governador Roberto Requião solicitando exoneração.

Abaixo, o texto da carta do filho de Luiz Caron publicada na coluna de Paulo Pimentel, fato que provocou o pedido de demissão.

“Bom-Dia Dr. Paulo Pimentel
O dia aqui amanheceu frio, cinza, porém muito mais bonito que os dias que tem feito aí no Paraná. Estou morando em uma cidade litorânea de Santa Catarina, bem pequenininha. Não sei se chega a 20 mil habitantes. É um lugar onde ninguém passa fome. Ontem mesmo foram pescadas 60 mil tainhas. Comprava-se o peixe a R$ 0,50/KG. Isso mesmo! É um lugar onde as pessoas só ambicionam a qualidade de vida, o amor entre as pessoas, amor ao meio ambiente... Completamente diferente daí. A causa desta reviravolta em minha vida, e consequentemente na da minha família, foi porque depois de ter trabalhado 4 anos dentro de um governo com tantos indícios de corrupção, minha decepção foi tamanha a ponto de mudar até meu estilo de vida, e principalmente meu padrão.
Hoje vivo com muito menos. Meu lazer aqui não custa nada, me sinto feliz e em sintonia com meus filhos e minha esposa. Até isso foi tirado de mim quando estava no meio daquela corja. Enfim, valeu como aprendizado. Masnão quero passar por aquilo nunca mais. Conviver com pessoas que gastam todo seu tempo pensando em como prejudicar alguém, como tirar este ou aquele do caminho pra poder fazer alguma pilantragem, conviver com ameaças - sim, ameaças, eu e minha família fomos alvos de inúmeras ameaças via telefone, cartas e até e-mails.
Aqui a única ameaça que sofremos é de chuva, frio ou ressaca do mar. Aqui eu tenho paz pra realizar meu projeto de turismo e meio ambiente e viver sem a preocupação de ter alguém querendo me prejudicar.
E meu pai...Infelizmente não saiu do governo quando foi ofendido pelo desvairado. Se manteve íntegro, mas muito triste por ter engolido aquele sapo sem ao menos a ajuda de um copo d’água. Os motivos daquele ataque de nervos do governador não foi apenas por causa da Cequipel ou das divisórias.
Tem muito mais coisa por trás dessa explosão desnecessária (desnecessária aos olhos de quem assistiu). Mas era necessária para o governador ou para seu irmão mais novo, porque obrigaria uma pessoa que durante 4 anos atrapalhou muitas tentativas de saque da SEOP, através de o senhor sabe quem, a pedir demissão. Eles tinham certeza que meu pai sairia.Até eu briguei com meu pai e escrevi aquela carta por não concordar como fato do meu pai ter engolido calado toda aquela humilhação.
Hoje eu compreendo. Ele deixou o ônus para eles. Eles teriam que demiti-lo e era exatamente isso que a corja não queria. Para eles demitir meu pai era muito arriscado. O secretário de Obras era muito competente, honesto, muito querido pelos escalões menos valorizados do governo etinha uma ótima relação com a imprensa. Seria difícil justificar sua demissão. Por isso aquela palhaçada do dia primeiro de janeiro.
Engraçado... Esses dias um amigo me mandou um e-mail preocupado, porque leu na Gazeta que eu seria candidato a vereador em Curitiba e que eu prometera a ele apoio nas eleições também para vereador. Falei para ele que eu não seria candidato a vereador de Curitiba. Expliquei que minha missão era muito mais importante que cuidar da nossa cidade. Para isto já tem gente muito boa lá. O que eu quero é fazer é livrar o Estado do Requião e sua família. Quero que Requião responda por todos os processos que ele tem sem a proteção que um mandato lhe proporciona nessas ações.
Quero também que ele não tenha mais condições de empregar mais nenhum parente incompetente seu. Quero fazer os Melo e Silva trabalharem ao menos uma vez na vida sem mamar nas tetas do erário. Quero concorrer ao Senado.Quero tirar a vaga dele. Ou alguém ainda acha que ele quer mesmo ser candidato a presidente? Piada, né?
Bom, Dr. Paulo, um dia gostariade conversar consigo pessoalmente. Admiro muito sua história política e empresarial e também sua coragem na briga com estes crápulas. Saiba que estou do seu lado. Um abraço.
Guilherme Richter Caron”

Nenhum comentário: