sexta-feira, 4 de julho de 2008

Vale a pena ler

Comentários postados no blog do Fábio Campana, referente ao texto Colégio Estadual do Paraná - autoritarismo e repressão (http://www.fabiocampana.com.br/?p=5234)


Caro Wanderlei Quarta-feira, 2 de Julho de 2008 – 23:20 hs
Não falo em nome do Tortura Nunca Mais, mas com certeza expresso a visão da maioria dos que nele participam e que continuam marxistas, pois por este motivo é que fomos perseguidos.

Agora quanto aos “marcianos” eu muitas vezes os vejo entre os “democraticamente eleitos”, pois do ponto de vista popular nada representam a não ser os interesses de seus pequenos grupos que visam as benesses do poder, tal qual o ato de gerenciar os 12 milhões do orçamento do Colégio Estadual do Paraná, este sim será o palco para tantas disputas?

Sempre participei dos movimentos sociais e vi de perto nesta atuação como funcionam a maioria das eleições para as diretorias de escolas e os envolvimentos que estão por trás, que vão desde os “apoios” empresários, que vendem uniformes, etc., de vereadores e deputados a seus apaniguados a até o envolvimento da Secretária da Educação, pouco importando em qual governo seja.

As eleições para as APMs são mais viciadas ainda e o processo dos apoios se repetem para as eleições de chapa dóceis que venham a fazer o jogo das direções das Escolas e a tudo que elas representam.

A sociedade é uma só, burguesa e selvagem na suas formas de poder e as escolas não estão fora desta realidade.

Prof WanderleyQuarta-feira, 2 de Julho de 2008 – 23:44 hs
Ana,

De fato, eleição para diretor auxiliar é muito pouco. A maioria dos professores e funcionários (e aqui me incluo) sempre defendeu eleições gerais. Foi realmente uma estratégia política da Profª Elza para demonstrar que estava disposta a agir democraticamente dentro da escola. Mas a virtude da Elza é que ela agiu politicamente, tentando persuadir os professores a lhe apoiarem, pois suas intenções sempre foram boas. Até mesmo em relação às críticas que lhe eram feitas, ela agia democraticamente. Eu mesmo escrevi diversos textos, criticando ações pontuais da Direção e da Coordenação Pedagógica, mas nunca fui processado por isso, ao passo que a professora Madselva, para me processar, utilizou os textos que dirigi à gestão da professora Elza.

A profª. Madselva nunca tentou persuadir ninguém: partiu direto para a imposição da sua vontade. Um exemplo apenas: em 2003, quando da chegada da Elza ao CEP, já havia a intenção da Secretaria da Educação em instituir o Ensino Fundamental. Os argumentos, defendidos apenas pelo setor de Educação Física – principais interessados – para justificar a sua implantação eram muito frágeis. A Profª Elza convocou uma assembléia de professores para decidir sobre o assunto. Houve uma discussão, com espaço para a exposição dos argumentos contra e a favor, seguida de uma votação em que a imensa maioria dos professores se posicionou contra. Já, com a Profª Madselva, sequer houve discussão e, “na calada da noite”, digo, nas férias, sem discutir com a comunidade, implantou o Ensino Fundamental. Detalhe: correm boatos de que a escola mais próxima do CEP, o Colégio Tiradentes, corre o risco de ser fechado por falta de alunos. Não sei se é verdade. Sem contar que os argumentos contra a implantação do Ensino Fundamental no CEP são muito mais fortes. Mas esta é uma discussão, atualmente, ultrapassada pela arbitrariedade da diretora geral.

Quanto à comissão, os diretores eleitos de todas as outras escolas, onde existe eleição direta, também a recebem. Talvez menor. Mas este é um problema secundário, não estamos falando das altas comissões do poder executivo, das secretarias da administração do Governo do Estado. Mas o que é mais justo: eleger alguém para trabalhar no cargo comissionado ou que esta pessoa seja indicada diretamente pela direção geral? Eleger uma pessoa da escola, que tem o respeito e o apoio da comunidade para o cargo, que tem ciência de que existe a “gigantesca” comissão, ou indicar pessoas estranhas à comunidade escolar, que não possuem nenhuma identificação com a história e com a cultura da escola? De qualquer modo, na minha opinião, não há comissão que pague um valor justo pelo trabalho com a profª. Madselva.

Mas você já sabia disso, não?



Prof Wanderley Quinta-feira, 3 de Julho de 2008 – 8:39 hs
Ao colega sem nome, representante de si mesmo…

Nome não importa, afinal, o que é um nome? Mas que informação interessante o senhor nos traz: são 12 milhões o dinheiro do orçamento do Colégio Estadual do Paraná? Eu realmente não sabia, pois no meu tempo eram apenas 7, sendo que, mais ou menos, 6 pertenciam a folha de pagamento de professores e funcionários. Ou seja, dinheiro que entrava como orçamento do CEP, mas que já saía diretamente para as contas pagamento dos funcionários. Mais um motivo para democratizar a escola, afinal, não é a esquerda marxista que defende o orçamento transparente, participativo? Desculpe, esqueci: o PT não é mais um partido marxista. Mas em seu estatuto ainda diz que sim.

Como marxista, o senhor deve saber que política é realmente um campo de disputas? Mas o que está em jogo? Em primeiro lugar, a dignidade das pessoas que jogam. Os torturados pela ditadura não brigaram para administrar os trilhões do orçamento da União. Mas também brigaram por isso, para que o dinheiro fosse melhor distribuído. Qual é a grande questão levantada por Marx para criticar o sistema capitalista? Não é a exploração da classe trabalhadora pela classe proprietária dos meios de produção? A mais-valia não é, segundo Marx, um roubo? Estamos falando de quê? DINHEIRO, meu amigo! Aquilo que a burguesia ganhava com a exploração da força de trabalho. Marx queria uma sociedade sem dinheiro, sem classes, sem exploração, sem injustiças… Isso, no momento atual, não é possível. Nós temos que tornar a política um campo de batalha do possível. Acho que é possível que este orçamento do CEP seja usado com transparência em projetos que realmente beneficiem a comunidade escolar.

Um dos argumentos da Secretaria da Educação para que não haja eleições no CEP é que para administrar o orçamento próprio de uma autarquia, caso do colégio, é necessário que o Governador indique alguém da sua confiança. Ora, se um cidadão, qualquer cidadão, não é da confiança do Estado o seu lugar é na cadeia. Se a comunidade escolar do Colégio Estadual do Paraná não é digna da confiança do Governador Requião, me desculpe o Governador, mas ele é quem deixa de ser digno dos nossos votos. O Estado pode julgar e considerar culpado quem comprovadamente cometeu um crime. Que eu saiba, este é um princípio Constitucional. Nos tempos da ditadura é que o Estado autoritário apontava o dedo para alguém e dizia “culpado”. E aí você já sabe bem o que acontecia.

Dizer que existem vícios no processo de eleição para diretor de escolas não torna a indicação pelo Governador uma opção melhor. É o mesmo que dizer que os milhões de pessoas mortas na Rússia, nos países do leste europeu, na China, tornam a obra de Marx algo diabólico. O que alguns antigos “companheiros” fizeram com a obra de Marx não torna ilegítimas as suas brilhantes constatações acerca do sistema capitalista e da teoria da história. Nem torna o capitalismo uma opção melhor que o socialismo, ou vice-versa. Não devemos discutir política desta forma maniqueísta.

Mas insisto em saber com quem estou discutindo… O senhor não fala em nome do grupo Tortura Nunca Mais… Tudo bem, mas falou nos tópicos anteriores. Isso é falta de responsabilidade! Mudou um pouco o tom e agora diz que fala “em nome de si próprio”. Quem é esse si próprio? Hannah Arendt, em sua “A Condição Humana”, fala da decadência da política com a perda do espaço para a excelência, areté, o espaço público, o espaço do discurso. A sociedade de massas tornou anônimos todos os interlocutores. Existem discursos, mas não existem agentes do discurso. Quem se responsabiliza pelo discurso da massa? Os companheiros Lênin, Fidel Castro, Che Guevara… Ou existe, REALMENTE, alguém por traz destas palavras que, REALMENTE, participou de movimentos sociais, que, REALMENTE, pertence ao grupo Tortura Nunca Mais e com quem, REALMENTE, vale a pena discutir política.

Atenciosamente,

Wanderley José Deina







Caro Wanderley Quinta-feira, 3 de Julho de 2008 – 12:39 hs
Sem tergiversação, pois acima dos nomes, já que a questão não é pessoal, estão os fatos!

Em momento algum defendi a atual direção da escola, muito pelo contrário, já que defendo e defendemos enquanto grupo é a radicalização democrática, o que vai muito além da mera eleição para diretor ao envolver o processo contínuo de participação e decisão da comunidade pela intervenção dos Comitês Populares, já que a Escola é um patrimônio do povo.

Em seus atos a atual direção, que para mim demonstra uma grande incompetência política, o que leva ao autoritarismo, ao dirigir o processo de gestão, continua com a mesma prática que antes havia quando você e a Malu faziam parte da mesma, já que antes a comunidade como um todo pouco era ouvida ou participava das escolhas no uso do erário, no conteúdo a ser ministrado, na metodologia a ser aplicada, etc..

Qual era a prestação de contas feita a comunidade no seu período enquanto parte do poder diretivo sobre os 7 milhões do orçamento público aplicado no estabelecimento ou pelo menos sobre o 1 milhão diretamente administrado pelo próprio Colégio?

Qual era a participação da comunidade nestas decisões sobre as aplicações dos recursos?

A transparência que você tanto prega nunca existiu e hoje não existe por parte do comando do Colégio e praticamente na maioria das Escolas aonde os diretores são “democraticamente eleitos”!

Queremos que a ampliação da participação e do poder de decisão por parte da população sejam garantidos!

Não acreditam que as denúncias que hoje fazem deveriam ter sido feitas anteriormente quando faziam parte da direção do estabelecimento de ensino?

Cansei de ver os movimentos de professores, que no andar da luta defendiam um conjunto de propostas progressistas e usando as mesmas para ganhar o apoio da população para as melhorias na educação ao verem as suas questões salariais atendidas esqueciam-se do resto e até do povo, sempre usado como massa de manobra.

Sei do que falo, pois acompanho com carinho tanto a luta pelas melhores condições de ensino como o movimento dos professores, já que fui um dos que foram presos em 79 e 81, como também estive junto quando o governo Álvaro usou da repressão contra o movimento e mais uma vez apanhei junto!

Como já disse, não acompanho internamente o que acontece neste estabelecimento, portanto tendo uma visão do que apenas saí na mídia, que não é a real, pois não vejo a Gazeta e outros diários e periódicos como fontes isentas e confiáveis.

Com certeza o Estadual não é um bom exemplo como as maiorias das Escolas não o são do ponto de vista da transparência e participação popular e como os outros estabelecimentos também ainda é um corpo estranho na comunidade.

Este processo de abertura a participação das comunidades no planejamento nas Escolas, embora seja uma discussão antiga, travou há muito tempo pelo grau de envolvimento de setores externos a estas comunidades (governo, deputados, vereadores e até fornecedores).

Até quando os diretores irão intervir manipulando as eleições nas APMs para atender aos “padrinhos” que colaboraram em suas eleições para a direção?

O objetivo sagrado das Escolas não é o de servir de curral eleitoral para quem quer que seja!

Não acredito em “profetas e salvadores da pátria”!

Prof Wanderley Quinta-feira, 3 de Julho de 2008 – 18:48 hs
Caro anônimo perseguido político da ditadura,

Na Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer comentam sobre a passagem da Odisséia em que Ulisses engana o Ciclope, passando-se por Ninguém… A artimanha do herói da epopéia é, na leitura dos frankfurtianos, um protótipo do modelo de razão que passou a predominar, principalmente a partir da modernidade, para o domínio da natureza e do homem pelo próprio homem. Trata-se da razão instrumental, tão criticada pelo marxismo, que critica a si mesmo, o qual a Escola de Frankfurt representa. O que eu quero dizer, meu caro Oudeis (ninguém), é que a sua artimanha para autoconservar-se é a mesma utilizada por Ulisses. Desaparecer como ninguém diante do monstro mítico para sobreviver. Ulisses apresenta-se como ninguém, mas em momento algum deixa de ser o herói da epopéia de Homero. Da mesma forma você, apresenta-se para um debate como ninguém, não diz seu nome, mas em momento algum deixa de ser o herói perseguido político, preso nos anos 70 pela ditadura militar. Muito oportuno!

No leninismo ou no maoismo, ou em qualquer tipo de “ismo”, “pseudo marxismos”, o sujeito individual desaparece como um ninguém, do ponto de vista de sua individualidade. Abdica de sua personalidade individual para assumir a identidade coletiva do partidão. Quem governa o indivíduo? A sua própria consciência? Não! A racionalidade instrumental disfarçada pelo nome de consciência coletiva do proletariado revolucionário que, a exemplo de metafísicos inspirados em Santo Agostinho, decidem sobre o bem e o mal a partir de sua própria pseudo teoria da iluminação divina. Engraçado: Agostinho diz em seu “De Libero Arbítrio” que a causa do mal moral, do pecado, está no mau uso da liberdade pelo homem. Não por acaso, a profª Madselva acabou com toda e qualquer forma de expressão de liberdade no Colégio Estadual do Paraná.

Se você mesmo diz que não conhece as questões internas do Colégio Estadual do Paraná, os seus questionamentos não têm legitimidade alguma, sobretudo, em se tratando de um “ninguém”. Como você pode questionar a mim ou a Profª. Malu, se você mesmo diz em seu texto: “Como já disse, não acompanho internamente o que acontece neste estabelecimento, portanto tendo uma visão do que apenas sai na mídia, que não é a real, pois não vejo a Gazeta e outros diários e periódicos como fontes isentas e confiáveis”. Você levanta uma série de questionamentos em relação a mim e a Profª Malu e depois escreve isso? Ora!

Mas acho oportuno dizer que não apenas questionamos todas estas coisas que você levanta em seu comentário, desde tempos anteriores à Madselva, como também estamos sendo processados exatamente por isso, com base em leis reacionárias dos anos 70. Somos dez professores processados. Qual é a diferença em relação às gestões anteriores? Havia espaço para as idéias contrárias, mesmo que elas não fossem consideradas. Os processos aconteceram apenas por não corroboramos com as práticas da profª. Madselva, por não nos submetermos, por não nos anularmos enquanto agentes políticos daquela instituição, com vontade e pensamentos próprios. Ainda há quem diga que se justifica o que a Madselva está fazendo no Estadual porque “os professores ali se consideram melhores do que os outros”.

Depois que conheci a Madselva, que sempre defendeu “um certo” marxismo muito presente no discurso educacional brasileiro, acabei me afastando de algumas convicções que possuía a respeito de “educação para a emancipação”. Na semana em que foi aberto o processo administrativo contra mim, eu defendia na USP uma dissertação de mestrado sobre “formação política dos estudantes na perspectiva da Teoria Crítica”. Atualmente estou cursando o doutorado em Filosofia da Educação, também na USP, com uma pesquisa baseada em outros autores, de fora do campo do marxismo, pois estou em busca de novas bases para tentar entender o que se passa nas escolas públicas em relação à gestão democrática. Meu projeto de doutorado é sobre a redemocratização da escola pública a partir da nova LDB, do processo de descentralização administrativa presente na lei. Quero entender, entre outras coisas, por que acontece exatamente o que você diz: por que as APMFs e Conselhos Escolares são cooptados tão facilmente pelos diretores de escola. Assim como você, também sou um crítico dessa política torpe que ocorre nas escolas, desta demagogia disfarçada pelo nome de democracia. Quem sabe, se você se identificasse, poderíamos conversar um pouco mais e você até poderia me ajudar com estas questões. Afinal, o que é a teoria sem a experiência, ou, de um ponto de vista marxista, sem a práxis? Perdi algumas das minhas antigas convicções, mas não perdi a esperança.

Eleições diretas no Colégio Estadual do Paraná é uma reivindicação mais antiga do que você imagina e bastante justa. Trata-se de uma comunidade composta por professores, funcionários, pais e alunos, na sua maioria, eleitores que têm o direito de votar em todos os cargos eletivos da nossa República, mas que não podem decidir sobre o futuro de sua própria escola. Algo a que a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases lhes dão o direito. A lei estadual que atualmente regulamenta a administração do CEP, que dá legitimidade à indicação política do Governador do Estado, está em evidente contradição com os princípios das leis federais sobre a educação.

Concordo: eleições diretas, por si só, não garantem a participação democrática. Mas, por outro lado, elas esquentam o debate político, dão maior liberdade para as pessoas se envolverem na construção do projeto de escola que desejam assumir. Muito melhor do que ser forçado a assumir um projeto que já vem pronto, com o qual a comunidade não se identifica. O tempo de um Secretário da Educação é muito menor do que o tempo que um educador permanece na escola. O Secretário Maurício Requião, que está há pouco mais de 5 anos no cargo, já está, ao que parece, de saída. Quem será o futuro secretário? Alguém que dará continuidade a seus projetos? Pode ser que sim, mas por mais uns dois anos. E depois, quando mudar o governo? Mudam as políticas públicas para a educação e para o Colégio Estadual do Paraná?

Eu sou professor efetivo do Estado, com o meu padrão fixado no Colégio Estadual do Paraná, o que me dá o direito de permanecer por mais uns 20 anos até que eu me aposente. É muito mais do que estes dois anos que restam ao Governo Requião. Por isso gostaria de participar diretamente do projeto que determinará como será o CEP daqui a 20 anos. Considero um direito. Mas este direito foi-me negado. Aliás, estou afastado da escola por um despacho assinado pelo Secretário da Educação que tem como fundamento a justificativa de que a minha oposição à direção da profª Madselva inviabilizaria a minha permanência na escola. Preciso dizer mais alguma coisa?

Se você quiser ter acesso ao meu processo e ao dos demais colegas, entre em contato comigo. Como você não quer se identificar aqui na discussão, você pode entrar em contato via e-mail. Meu endereço eletrônico é wander.deina@gmail.com . Não se preocupe, não vou revelar o seu nome. Pode ser que, entendendo melhor o que está acontecendo no CEP, as perseguições que estamos enfrentando, o grupo TORTURA NUNCA MAIS possa nos dar algum apoio. Mesmo que seja apenas MORAL!

Atenciosamente,

Wanderley José Deina

Thianny Carvalho Quinta-feira, 3 de Julho de 2008 – 20:26 hs
Prof Wanderley, parabéns pela sua lucidez, clareza e compromisso teórico. O intelectual orgânico segundo Gramsci tem a capacidade de buscar a relação teoria e prática. Lembro-me muito quando ouvi a Prof Madselva dizer que o ” papel da escola pública é preparar para a sociedade socialista” , também fui marxista, com formação de esquerda, alías como grande parte das pedagogogas deste Estado formadas pelo princípio de Gestão defendida pela Prof ª Madselva. E hoje vejo que Madselva não só está destruindo o CEP como o respeito que tantas gerações de alunas e professores tinham por ela. Que adianta escrever e falar com tanta propriedade, alías sempre que uma ex aluna assumia a direção de uma escola era a Madselva que procurava para saber fazer ” gestão democrática” e quando Madselva assumiu a maior escola do Paraná olha o exemplo que ela está nos dando. Destruindo a escola, a construção teórica de anos e o respeito dos educadores pelo discurso pedagógico. Encerrrando quero lembrar que os exemplos de socialismo real que temos se igualam a ditaduras e infelizmente no CEP não será diferente….



Caro Wanderley
Quinta-feira, 3 de Julho de 2008 – 20:39 hs
Não me veja como um inimigo, pois não sou!

Eu também estou farto desta hipocrisia, da pseudo democracia parlamentar burguesa também espelhada pelo governo Requião, Lula, etc..

Estes governos fazem os discursos a esquerda, mas governam com a direita!

Caso o único problema ocorresse no Colégio Estadual do Paraná, o que vocês dizem que passam e que pelo jeito são fatos seria apenas um fato isolado possível até de se relevar, mas não é.

Ao mesmo tempo em que o Requião diz que luta contra o pedágio nomeou no governo passado o Marcelo Almeida, dono da Ecovia para o Detran e o que vimos foi uma simples professora derrubar a concessão da praça de Jacarezinho, o que eles com seus competentes e caros advogados antes não conseguiram.

Na Cohapar vemos a presença do ex-menino de ouro do lernismo, o que não difere da Casa Civil com a presença do conservador Iatauro e de outros espaços de governo.

Com no governo Lula temos de ver os Sthepanes, Delfim, Meirelles, Sarney e outros direitistas dando as cartas.

Falar que este governo estadual é um governo igual ao do Lerner seria uma mentira, pois é muito mais progressista, mas também é muito menos do que nós esperávamos que fosse depois de ouvir tantos discursos, o que em parte não passam de meros sofismas.

As explicações que agora me deu a respeito do que acontece no Estadual e sobre o que pensa clareou em muito a minha visão do processo interno que ocorre nesta Escola.

Quando coloquei as indagações não foi com o intuito de denegrir a ninguém, mas sim para saber a suas opiniões e ter as informações sobre o que verdadeiramente ocorre no estabelecimento, o que pelo que diz é um processo recente.

Vivemos em uma sociedade aonde o movimento popular foi engolido pelo processo parlamentar burguês, e nisto o governo Lula, o governo Requião e outros que se dizem progressistas possuem grandes doses de responsabilidades.

Para as pessoas, como eu, que sempre defenderam a autonomia, a isenção e foram contra o aparelhamento do movimento social estes fatos trazem uma grande tristeza por não ser por isto que tanto lutamos e corremos até riscos de vida.

Logo que saiu o plano de carreiras, uma importante conquista para os profissionais da educação, muitos companheiros questionaram a atitude do Lemos quanto a questão do efeito retroativo para o mesmo, pois ele questionou e exigiu a aplicação do discurso quanto a data que começaria o pagamento, pois alegavam que era apenas um oportunismo eleitoral já que ele era candidato, e eu o defendi, o que não o faria hoje.
Eles estavam certos, já que o Lemos saiu candidato e hoje ele, antes uma referência de mobilização, ficou apático as necessidades da categoria como na defesa do que é importante para a educação pública.

Afinal são tantos os questionamentos sobre o atual momento político, o que nos leva a refletir sobre tudo o que fizemos e estamos fazendo em prol da sociedade com estas estratégias e táticas que só serviram para alguns grupelhos oportunistas alcançarem o poder formando um novo segmento da oligarquia.

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