quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Depoimento de uma Mãe

QUE LIÇÃO FICARÁ PARA OS NOSSOS FILHOS?


Nunca cursei uma faculdade, mas estou cursando A DA VIDA e o que tenho ouvido na minha faculdade tem me deixado enojada, indignada, sentindo-me um NADA, a olhar e ouvir milhares da minha faculdade sentindo-se humilhados, desrespeitados, caluniados, desvalorizados pelo vandalismo causado ao maior patrimônio que existe: O SER HUMANO.
Todo tipo de vandalismo é abominável, mas o pior é o que os olhos não enxergam, o que destrói por dentro. Este só o tempo para consertar os danos causados.
Mas o que é que nós, simples e “meras coisas” sem vez e nem voz podemos fazer? Nossa faculdade não é reconhecida! A própria história nos conta que homens, mulheres, jovens e crianças que cursaram e cursam apenas a faculdade a que me referi são tratados com indiferença, com desprezo, com desrespeito, sem a mínima consideração.
O que esperar se até milhares de colegas que têm sua faculdade reconhecida são tratados da mesma forma? Somos tratados como “meras coisas” que ficam no caminho de uma minoria (exceto na época das eleições). Nós, os alunos da faculdade não reconhecida, somos a maioria e mesmo eles sendo a minoria querem que baixemos a cabeça e nos calemos, à custa de decretos, leis, normas, mesmo quando muitas delas são injustas e vão contra o bem estar da maioria.
Mas caros colegas de faculdade, séculos se passam, aqui estamos vivendo e presenciando acontecer os mesmos erros históricos: os interesses e a vontade da minoria sempre prevalece.
Se eu fosse formada em Medicina e fizesse um check-up em alguns, constataria que estão muito doentes. Se medisse a pressão, verificaria que está baixa de compromisso com a verdade; ao medir a temperatura, o termômetro registraria mais de 40 graus de egoísmo; se fizesse um eletrocardiograma, suas veias estariam bloqueadas por não abastecer seus corações vazios de respeito. Ortopedicamente, diagnosticaria que não conseguiriam abraçar as pessoas, por ter fraturado os braços, ao tropeçarem na arrogância; diria que têm miopia por enxergarem apenas a própria vontade; como Otorrinolaringologista, diria que estão com a audição bloqueada em decorrência da falta de diálogo.
Queridos colegas de faculdade, se fosse formada em psicologia, gostaria de procurar um por um de vocês para oferecer minha ajuda, pois os danos causados emocionalmente aos nossos Alunos, Filhos, Professores, Funcionários não há dinheiro no mundo que pague a humilhação, a dignidade ferida, o desrespeito com que somos tratados. Eu como mãe e cidadã, pergunto: Será que ainda podemos confiar na justiça humana?
O CEP é um prédio e a instituição só existe porque lá passam pessoas que não podem ser tratadas e descartadas como simples coisas.
Senhoras e Senhores, juízes, promotores, advogados e deputados de bem, eu quero, na minha ignorância do pouco estudo que tenho, pois cursei somente até a 8ª série, mas como uma pessoa temente a Deus, acreditar que entre vós haja aqueles que não deixaram o poder corromper os valores que seus pais lhes passaram, valores que eu sempre passo para os meus filhos. Peço aos senhores SOCORRO em meu nome e em nome de outros alunos e pais. Não é justo que só um lado possa ser ouvido e reprisado duas vezes em um canal público de TV e nós, os maiores interessados e prejudicados em tudo que está havendo, não podermos ser ouvidos também!
Direitos iguais, Senhores! Senão como ficaremos diante de nossos filhos? Que lição eles irão aprender? Que não há igualdade, que não há justiça, que não devemos acreditar em mais nada e em mais ninguém? Que nós, pequenos, somos calados a qualquer preço?

Nada disso teria ocorrido, se no CEP houvesse eleições para a escolha da direção geral. Nós pais, alunos, professores e funcionários comprometidos de verdade com a educação dos nossos filhos e dos outros alunos, já teríamos feito uma eleição e resolvido, no voto, a vontade da maioria, mas ficamos reféns de terceiros para decidirem o que é melhor para os nossos filhos.
Onde fica a democracia diante de tudo isso?
Curitiba, 26 de novembro de 2007

Dirlene Pinheiro (mãe de aluno do 1º ano)

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