sábado, 9 de agosto de 2008

Novo capítulo TC

Paraná Online - colunista ET CETERA

09/08/2008 às 00:00:00 - Atualizado em 09/08/2008 às 06:04:17

Maurício, o frágil

Com um português pobre, cheio de palavras repetidas e erros de concordância, o conselheiro Maurício Requião achou por bem protestar em seu retorno ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ao melhor estilo do irmão-governador, e como se estivesse no palanque da “escolinha”, ele fustigou o Judiciário e, de quebra, ainda tentou cooptar os demais membros da Corte para assumirem o seu problema particular como se fosse deles. Um desatino.



O fato é que, como a vida segue sub judice, o caçula Requião está desesperado e por isso pediu que a Corte promova uma defesa institucional de sua nomeação, como se advogada fosse.



Maurício atravessa um momento de extrema fragilidade.

O que ele disse

Eis a reprodução do trecho principal da fala do Maurício: “Ainda que um juiz, um desembargador entenda que minha eleição não foi legal, minha nomeação, minha posse não foi legal, ainda assim não consigo compreender. Não considero que com uma liminar monocrática de um desembargador, possa ser afastado. Não apenas me sinto profundamente agredido com essa decisão, como creio que ela agride o Tribunal de Contas”.

E teve mais

“Gostaria que esses meus argumentos fossem tomados como fundamento de um requerimento ao próprio Tribunal e ao Ministério Público, e pudessem ser analisados se for a compreensão dessa corte, analise providências que devemos tomar para que as prerrogativas do tribunal não possam ser atropeladas como no meu entender foram atropeladas com essas decisões que me afastaram. É uma violência, é uma estúpida agressão não a esse conselheiro mas a esse tribunal.”

Perceba

Maurício é explícito ao tentar transferir ao colegiado do Tribunal um problema que não é de interesse público, mas privado. Todavia, como era de se esperar, a presidência da Corte não entrou no jogo do ex-secretário e já demonstrou que não pretende comprar uma briga despropositada com o Judiciário. Sem chance. O pedido vai para a gaveta.

Democrata?

A manifestação de Maurício revela todo o seu inconformismo com o Estado de Direito. Tal qual o mano Roberto, ele pensa estar acima da lei. Se pudesse, usaria de um rolo compressor para que sua vontade fosse sempre atendida.

Aliás...

O irmão-conselheiro crê piamente que as decisões judiciais são pessoais (e contra ele). Um erro. O magistrado, quando julga, analisa os fatos e os enquadra dentro do ordenamento legal. Embora essa regra seja evidente, a família Mello e Silva prefere vender a tese da perseguição (e do coitadismo). A estratégia é tão repetitiva quanto surrada.

O fim

Não há, em toda a carreira política de Roberto Requião, um fato mais desgastante do que a nomeação de Maurício ao TCE. É o grau máximo do nepotismo. A população está enojada. Sua excelência vai pagar caro por isso. Nas urnas.

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