Deu no Jornal O Estado do Parana - Paraná On-line - Colunista ET CETERA
03/08/2008 às 00:00:00 - Atualizado em 03/08/2008 às 07:53:14
Lição para um arrogante
O entra-e-sai de Maurício Requião no Conselho do Tribunal de Contas do Estado (TCE), causado por uma guerra de decisões judiciais, é uma fabulosa aula de como “baixar a crista” para o irmão do governador. Acostumado a xingamentos e a enfiar goela abaixo suas posições tal qual o estilo do Roberto, ele, até agora, se viu impossibilitado de, efetivamente, esquentar a cadeira recém-conquistada na Corte.
Vale frisar que a batalha no Judiciário ainda não terminou e, ao que tudo indica, acabará chegando aos tribunais superiores em Brasília. É o fio da navalha. Até o trânsito em julgado da questão, o arrogante Maurício viverá sob o temor de ora atuar, ora ser despejado do cargo. A lição de humildade tem um gosto amargo demais para a família Mello e Silva.
Troco
O caçula Requião paga o preço e vive um constrangimento político sem precedentes na história paranaense. É uma espécie castigo divino para quem, por reiteradas vezes, usou do desrespeito como método de tratamento.
Pela metade
Além disso, há ainda as restrições legais impostas a Maurício, já evidenciadas nos poucos momentos em que atuou no plenário. A repetição do “me declaro impedido de julgar”, por conta do parentesco com o chefe do executivo, o transforma em um conselheiro à meia-boca. Bem meia-boca.
Para lamentar
O povo paranaense poderia ter sido poupado de tamanho despropósito, mas 43 deputados da Assembléia Legislativa acharam que a nomeação do mano do governador é moral. Todavia, uma pergunta primordial segue sem resposta: a que custo político os nobres parlamentares tomaram tal decisão?
O “inimigo”
O desembargador Jorge de Oliveira Vargas, que em suas decisões vetou a permanência de Maurício na função, é professor de disciplinas de Processo Civil. Atualmente, na Unibrasil, ministra a parte relativa a recursos. Estudioso, conhece como poucos a rotina processual disciplinada pela lei e pela jurisprudência.
Aconteceu
Na semana passada, em aula a uma turma do sexto período, o desembargador foi recepcionado com aplausos pelos alunos. O professor é admirado por sua didática clara, mas é aclamado mesmo devido à sua humildade e comportamento ético.
Voz de trovão
Vargas fala em volume máximo, o que muitas vezes o faz ser ouvido até nas salas vizinhas. Essa, ao que tudo indica, nesse caso, é a única semelhança com sua excelência.
Curiosidade
O líder do governo na Assembléia Legislativa, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), que é bacharel em Direito, foi aluno do desembargador. Será que ele aprendeu a matéria direitinho?
Não ofende
Mesmo antes de assumir o cargo no TCE, Maurício Requião já estava evitando os jornalistas. Agora, então, sumiu. Uma entrevista coletiva não é uma obrigação?
domingo, 3 de agosto de 2008
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