sábado, 1 de dezembro de 2007

Esclarecimento às Famílias do Colégio Estadual do Paraná e à sociedade paranaense

Em fevereiro deste ano, quando a professora Maria Madselva Ferreira Feiges chegou ao Colégio Estadual do Paraná, foi recebida com muita alegria e esperança pelos professores e funcionários da escola. Porém, à medida que o tempo foi passando, foi se tornando evidente a incoerência e o autoritarismo da Diretora Geral, o que gerou uma crise sem precedentes na gestão político-pedagógica e administrativa da escola. Os maiores problemas foram causados pela intolerância às opiniões divergentes, pela desvalorização constante de professores e funcionários comprovadamente comprometidos com o ensino público de qualidade, pela desarticulação do projeto político pedagógico já existente na escola, pela intransigência da Diretora Geral. Desde que a profª Madselva assumiu a direção do colégio, no início deste ano, o Regimento Escolar não está sendo respeitado, pois o que predomina é a vontade da Direção Geral. A escola pública tem por princípio a gestão democrática que está prevista na LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação) e na Constituição Federal. A gestão democrática, por sua vez, pressupõe o respeito do diretor, eleito ou não, a algumas instâncias deliberativas: Conselho Escolar, APMF e Grêmio Estudantil. Destas, a mais importante é o Conselho Escolar que é constituído por representantes de todos os segmentos da escola. Simplesmente não houve reuniões do Conselho Escolar do Colégio Estadual do Paraná, como instância consultiva e deliberativa, desde que a profª Madselva assumiu, até o dia 24 de outubro. Quando houve convocação, foi apenas para referendar decisões tomadas pela Diretora Geral.
Depois de esgotadas todas as tentativas de diálogo , a última delas em reunião realizada em 25/10/2007, nos três turnos, foi elaborada uma carta denúncia com os itens que foram apresentados na reunião. No dia 30/10/2007, o documento foi entregue ao Secretário de Estado da Educação por uma comissão de professores, pais, alunos e funcionários. No dia 05/11, o Secretário de Educação esteve no CEP falando com a Diretora Geral e, ao ser procurado por uma comissão de professores com nove representantes do corpo docente, pedindo para que ele agendasse uma reunião para os ouvir, alegou que somente o faria através da profª Madselva, a principal responsável pelos problemas denunciados.
O movimento contra o autoritarismo começou na terça-feira, dia 06/11, no turno da manhã, quando a profª Madselva fez a entrega de uma moto sorteada pela comissão de formatura. Os alunos questionaram a diretora sobre os critérios de avaliação e recuperação de estudos que têm barateado a qualidade da educação do CEP, sobre a perseguição e desvalorização de professores e funcionários. A profª Madselva, diante de uma platéia de aproximadamente 1700 alunos, não respondeu às questões e ainda deu as costas aos estudantes dizendo que “não ia se rebaixar ao nível deles”. Daquele momento em diante, eles se recusaram a entrar nas suas respectivas salas até que tivessem as respostas que tanto esperavam. Na quarta-feira, dia 07/11, a Diretora voltou ao pátio durante o intervalo da manhã, naquele momento acompanhada pela profª Sheila Marize Toledo Pereira, chefe do Núcleo de Educação de Curitiba, e novamente se desentendeu com os alunos que deram prosseguimento aos protestos, a partir dali com um novo propósito: FORA, MADSELVA. Nesse dia, professores e funcionários, mesmo diante das ameaças de processo administrativo e demissão, encheram o peito de coragem e somaram forças com os alunos que, afinal, estavam numa luta por democracia. Enquanto os alunos protestavam, professores, pais, funcionários eram ouvidos pela profª Yvelize ArcoVerde, Superintendente da SEED, numa tentativa de resolver o impasse. Foi marcada uma reunião de negociação para o dia 14/11/2007, na SEED, na qual o Secretário informou que a Diretora seria mantida e marcou nova reunião, para o dia 22/11, o que acabou não ocorrendo.
Apesar de insistentes pedidos de pais, professores e funcionários, a APMF se recusa a convocar uma reunião para esclarecer o que realmente está acontecendo na escola. O presidente do Grêmio Estudantil recusa-se a defender os interesses da maior parte dos estudantes do Colégio Estadual do Paraná.
Desde a semana passada, estudantes e professores estão em sala de aula. Não há mais negociação por parte da SEED. Muitos profissionais do Núcleo de Educação de Curitiba estão na escola. Continuam as ameaças, professores, funcionários e alunos vigiados, muitos estudantes menores sendo filmados e fotografados para se identificar os líderes, novos processos contra professores e alunos sendo anunciados. Mas é importante frisar que os nossos estudantes deram uma verdadeira AULA DE CIDADANIA para a sociedade paranaense. Desorganizados? Talvez, mas preferiram não aceitar ajuda de politiqueiros de plantão, especialistas em organizar manifestações. Sabemos que houve aqueles que participaram sem muita consciência e até se excederam em alguns momentos. Mas a estatística neste caso é muito pouco significativa diante da maioria esmagadora daqueles que deram um banho de maturidade, de equilíbrio, mesmo diante de provocações e ostensivo desrespeito.
Diferente de alguns textos apócrifos, ou seja, sem assinatura alguma, que foram enviados às casas dos estudantes do Colégio Estadual do Paraná para tentar responsabilizar alguns professores e funcionários pelos episódios das últimas semanas, assinamos e nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos aqui relatados.

Professores, pais, funcionários e alunos que pedem a substituição da profª Maria Madselva Ferreira Feiges e eleições diretas para o cargo de Direção Geral do CEP

Um comentário:

Anônimo disse...

Recebi a cópia deste manifesto dia 02/12 em frente a puc por ocasião da prova para realização do PDE.
Quero parabenizá-los .... e se eu fosse professora, funcionária, ou pedagoga do cep estaria mais orgulhosa ainda de vcs.Pois fiquei mesmo não sendo ....
Prossigam ... não se deixem abater..
A democracia e a vontade do povo tem que vencer. !