quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Eleições diretas para diretor

Alunos do CEP pedem eleições diretas para diretor na AL Audiência pública de projeto de lei que propõe modificação ocorreu nesta terça-feira. Segundo estudantes, novos protestos não devem acontecer
por GAZETA DO POVO ONLINE, com informações de Bruna Maestri Walter - Gazeta do Povo


Após diversas paralisações e protestos ocorridos no final de 2007 no Colégio Estadual do Paraná (CEP), os alunos, que pediam a saída da diretora Maria Madselva Ferreira Feiges, agora voltam suas atenções para a Assembléia Legislativa (AL). Segundo reportagem desta quarta-feira (20), na Casa tramita um projeto de lei que propõe eleições diretas para diretor, já que desde os anos 70 o titular do cargo é indicado pelo governo do estado.Representantes de alunos e ex-alunos do colégio estiveram nesta terça-feira (19) na Assembléia em audiência pública sobre o projeto, que irá à votação na Comissão de Constituição e Justiça na próxima terça-feira (26). Se aprovado, passará pela Comissão de Educação para depois ser votado em plenário. “Nossa luta é para que seja regulamentada a eleição direta”, diz o presidente da União Municipal de Estudantes Secundaristas de Curitiba e aluno do CEP Arthur Miranda.
Defesa da democracia


Na audiência pública na Assembléia Legislativa, realizada ontem, o tema democracia foi o principal argumento pelas eleições diretas. “Nos estabelecimentos de ensino em que a gestão é democrática há redução de violência e a aprendizagem é maior”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Paraná, José Rodrigues Lemos. “Um representante que não vive a escola, não interage, jamais terá condições de representar a sociedade”, argumentou a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Araci da Luz.O diretor-geral da Secretaria Estadual de Educação, Ricardo Fernandes Bezerra, apontou que a Secretaria implanta projetos voltados ao processo democrático nas escolas, como o fortalecimento dos grêmios estudantis, dos projetos políticos pedagógicos e dos conselhos escolares. “O conselho está acima do diretor”, argumenta. “É uma assembléia formada por professores, alunos e funcionários.” Ele alega que o CEP tem um regime especial, mas que a Seed “entenderá o que for vontade do Legislativo”.
Segundo o vice-presidente do grêmio estudantil, Paulo Fortunato, novos protestos não devem ocorrer. “Tem alguns alunos que comentam (sobre voltar os protestos), mas não é coisa forte. Pelo fato de ter ido para a Assembléia, os alunos estão conscientes de que conseguiram aquilo que queriam”, afirma.ProfessoresJá os professores do CEP ouvidos pela reportagem da Gazeta do Povo estão preocupados com o número de profissionais processados – nove no total. Dois professores respondem processo administrativo disciplinar da Secretaria Estadual da Educação. Os outros sete processos são movidos pelo Ministério Público, que teria provas coletadas pela internet da incitação, pelos professores, dos alunos à manifestação.Uma professora foi afastada, enquanto os outros continuam ministrando aulas. “Isso não tem nada a ver comigo, mas com o desempenho dos alunos no ano passado”, afirma a diretora Maria Madselva. “Os professores puseram alunos na rua e tiraram de sala de aula. Infringiram o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), que diz que o aluno tem que estar dentro da sala de aula.”MudançasSegundo um professor que não quer se identificar, os alunos estão um pouco mais agitados nesse início de ano. “O clima da escola está mais complicado”, diz. “Os professores estão mais tensos, descontentes.” Na comunidade do CEP na rede de relacionamento Orkut alguns alunos estão revoltados com as mudanças ocorridas desde o início das aulas, na quinta-feira (14).Como no primeiro dia de aula 61 ex-alunos entraram no colégio para dar trote nos calouros, medidas de segurança serão implementadas. A partir de março haverá catracas no CEP e só poderão entrar alunos com carteirinhas. Outra mudança foi a o registro de nota, que passou de trimestral para semestral. As aulas no sábado também foram extintas. Dessa forma, na segunda, quarta e sexta-feira a duração das aulas será maior.

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